segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Drummond nas salas de aula


Na última segunda-feira, dia 31/11/2011, comemorou-se o “Dia D- Dia de Drummond”, em algumas cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Itabira (cidade natal do poeta) entre outras. A data escolhida seria a de aniversário de Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987), nosso poeta maior. A ideia é, além de incluir essa data no nosso calendário, difundir esse grande poeta nas escolas, fazendo com que nossos alunos tenham um maior contato com essa personalidade tão imprescindível para a cultura de nosso país.
É sobre ele e sua utilidade  na sala de aula que falaremos um pouquinho, além de claro associá-lo ao contexto escolar: a revista Nova Escola trouxe uma reportagem a respeito das festividades que aconteceram no país no último dia 31, e ainda nos deu dicas de como trabalhá-lo em sala de aula, demonstrando a necessidade de apresentar aos nossos alunos esse tipo de texto, muitas vezes deixados de lado, o POEMA.
E claro que falando em poema, não poderíamos apresentar aos nossos alunos, nada melhor que Drummond, pois, além de seu talento indiscutível, suas obras são bastante atuais e a nelas há uma infinidade de possibilidades e interpretações.
A seguir, um dos tantos poemas, que nos mostram a sua grandeza, seu talento, além, de nos fazer refletir sobre como seria, no mínimo, triste se nossos alunos não pudessem desfrutar de obras tão fascinantes.  

Mãos dadas
(do livro Sentimento do Mundo, de Carlos Drummond de Andrade, Editora Record, Rio de Janeiro)

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.


Para quem quiser ver a reportagem na íntegra, segue o link da Revista Nova Escola

Postado por: Bárbara Marçal Celestino