Uma passada pela gula de Gullar e pela letra de Ferreira
O maranhense nascido na primeira metade do século passado chamado José Ribamar Ferreira, mais conhecido como Ferreira Gullar e ganhador de vários prêmios desde a publicação do seu primeiro livro “Um Pouco Acima do Chão”, já fez parte de um dos maiores movimentos literários brasileiro o “concretismo”. Não só fez parte, mas foi grande o suficiente para largar e criar junto com mais dois escritores o movimento “neoconcretista”, que não saiu do Rio de Janeiro.
Gullar foi um dos intelectuais brasileiros mais influentes na época da ditadura militar, junto com outros grandes nomes como Manuel Bandeira,Carlos Drummond e etc. Escreve nessa época “Poema Sujo” e “Na Vertigem do Dia, dois livros que ficaram famosos pela sua crítica a sociedade da época.
Um trecho do livro “Poema Sujo” que é escrito apenas de uma poesia contínua:
[...] “Vale quem tem
Vale quem tem
Vale quem tem
Nada vale
Quem não tem
Nada não vale
Nada vale
Quem nada
Tem
[...]
Suas poesias foram musicadas pelo cantor e compositor Fagner,uma dessas canções é “Traduzir-se”,poema famoso do livro “Na vertigem do dia”.
No final do século passado publica “Muitas Vozes”,primeiro livro de poesias após 10 anos sem escrever no gênero.Ganhou o prêmio Jabuti de poesia esse ano e o prêmio da Biblioteca Nacional.O Livro trata de questões como morte,vida,infância e sociedade.
“Aqui me tenho
como não me conheço nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim nada lembro nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho transparentePoema retirado do Livro “Muitas Vozes”
O Autor não foi só poeta e nem é! Também é crítico de arte,cronista do Jornal “Folha de São Paulo”, tendo sua coluna no jornal de domingo.
Ainda esse ano ganhou o Jabuti de Poesia com o livro “Em Alguma Parte Alguma”
Gullar recitando o poema “os mortos” que também está no Muitas Vozes
Postado por: Allan Motta