Ler é uma atividade muito importante! Por quê? A criança que lê, que desde pequena tem contato com a literatura, principalmente num contexto afetivo, será beneficiada de diversas maneiras no futuro. O indivíduo que lê: aprende melhor; é mais eloquente, tem uma melhor comunicação.
Ler com frequência aproxima-nos mais da realidade escrita. Já essa aproximação com a escrita permite um melhor desenvolvimento escolar, profissional!
“ Ler mais para ser mais.”
Sugestões de leitura: Dom Casmurro (Machado de Assis)
Cinco minutos (José de Alencar)
São Bernardo (Graciliano Ramos)
A hora da estrela (Clarice Lispector)
Aula de leitura
Ricardo Azevedo
Escritor e ilustrador paulista nascido em 1949, é autor de mais de cem livros para crianças e jovens.
Escritor e ilustrador paulista nascido em 1949, é autor de mais de cem livros para crianças e jovens.
A leitura é muito mais
do que decifrar palavras.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão;
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;
também na cor da fruta,
e no cheiro da comida,
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração.
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
Poema extraído do livro: AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo: Ática,1999.
Quem quiser parar pra ver
pode até se surpreender:
vai ler nas folhas do chão,
se é outono ou se é verão;
nas ondas soltas do mar,
se é hora de navegar;
e no jeito da pessoa,
se trabalha ou se é à-toa;
na cara do lutador,
quando está sentindo dor;
vai ler na casa de alguém
o gosto que o dono tem;
e no pêlo do cachorro,
se é melhor gritar socorro;
e na cinza da fumaça,
o tamanho da desgraça;
e no tom que sopra o vento,
se corre o barco ou vai lento;
também na cor da fruta,
e no cheiro da comida,
e no ronco do motor,
e nos dentes do cavalo,
e na pele da pessoa,
e no brilho do sorriso,
vai ler nas nuvens do céu,
vai ler na palma da mão,
vai ler até nas estrelas
e no som do coração.
Uma arte que dá medo
é a de ler um olhar,
pois os olhos têm segredos
difíceis de decifrar.
Poema extraído do livro: AZEVEDO, Ricardo. Dezenove poemas desengonçados. São Paulo: Ática,1999.
Postado por: Leandro Guimarães Ferreira